A Queda do Ego
Nem tudo o que reluz é ouro…
No auge dos meus vinte anos passei aquela fase do ego nos pícaros. Foi fácil perceber que estava a passar por essa fase. Numa tarde de sol radiante e enquanto fumava um cigarro com uns amigos senti-me observada por alguém. Encostado a uma parede frente a mim estava um belo rapaz com os seus olhos claros fixos na minha pessoa. Pensei alguns minutos e comentei com a malta que iria falar com ele. Aproximei-me e com uma enorme cara de pau disse-lhe:
- Estás fixo em mim há tanto tempo. Já nos conhecemos? (sempre tendo em mente que estava com os meus melhores jeans vestidos e com aquele top que me escondia o pneuzinho na barriga).
Ele sorriu e colocou a mão no bolso. Segundos depois oiço um “tac, tac, tac”. Olho para baixo e percebo que do nada surgiu uma bengala extensível. A resposta chegou rapidamente:
- Posso estar a olhar, mas sou cego!
Senti a cara a ficar de um vermelho intenso e rematei a conversa da pior maneira possível:
- Ainda bem. Porque estou vermelha que nem um tomate e preciso de arranjar um buraco para me esconder.
Enquanto era gozada à grande pela malta que ria em alto e bom som conversámos um bocadinho e pedi-lhe desculpa.
Mas aprendi a lição: toca a baixar o ego menina!
… Nem todos os que olham para ti te vêem.