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Devaneios Menstruados

Tudo o que aqui escrevo é real, por vezes um pouco exacerbado, outras vezes floreado. São os meus devaneios menstruados, as minhas histórias de vida, o emaranhado de cabos que forma a minha mente!

Devaneios Menstruados

Tudo o que aqui escrevo é real, por vezes um pouco exacerbado, outras vezes floreado. São os meus devaneios menstruados, as minhas histórias de vida, o emaranhado de cabos que forma a minha mente!

Gavetas Vs Cabos

Sem dúvida alguma que a mente de uma mulher difere, em muito, da mente de um homem.

Há tempos ouvi uma descrição com a qual me identifiquei e ao partilhá-la com alguns amigos as reações falaram por si…

Imaginemos então as cabeças de um homem e de uma mulher. Cabeças cheias de neurónios e terminais nervosos que por vezes entram em curto-circuito e acionam aquele “complicómetro” levando-o ao expoente máximo dos enredos e novelas mexicanas mas aplicadas à nossa realidade pessoal!

Voltando ao que interessa… Duas cabeças… Um homem e uma mulher…

Visualizem a cabeça de um homem. Repleta de…

Gavetas!

Sim! Gavetas! Fechadas, arrumadas, organizadas, descomplicadas, em que cada assunto está guardado de forma única e individual numa dessas gavetas. 

Quando um homem abre a gaveta do trabalho retira de lá as suas preocupações, ansiedades, realizações e satisfações mas apenas sobre o trabalho. Entretanto aparece um amigo e inicia uma conversa sobre carros. Automaticamente fecha-se a gaveta do trabalho e abre-se uma nova e falam sobre o carro. A seguir ao fechar a gaveta do carro, falam do jantar do dia anterior e riem-se sem nunca interligar essa gaveta com outra qualquer.

Este sistema organizado de arrumação de assuntos permite que aquelas cabeças nunca criem um tremendo enredo, nunca liguem o terrível “complicómetro” de forma feroz e irracional!

Têm cómodas arrumadinhas e sem pó. Cómodas, armários, prateleiras… Enfim uma infinidade de mobiliário!

Agora tentem visualizar a cabeça de uma mulher… Repleta de…

Cabos!

Cabos interligados, desorganizados no meio de emoções e hormonas. Quando uma mulher pensa no trabalho os cabos entram em atividade.

O cabo "trabalho" está ligado ao outro cabo "família" que está ligado ao outro cabo “gaja boa do trabalho do marido", que está ligado ao cabo do "carro novo", que está ligado às "férias" e por aí adiante…

Quando existe um sobreaquecimento do sistema, os cabos entram em curto-circuito, e aí entra em jogo o tal “complicómetro”.

Quando tudo já fervilha no emaranhado de cabos e existem faíscas em todas as caixas de junção, ela rebenta! Rebenta porque queria ir passear mas entretanto lembrou-se do trabalho, entrou em stress e decidiu ir lavar a roupa, mas entretanto o cabo “filmes” ligou-se ao cabo “gaja boa” que por sua vez na outra extremidade se ligou à “novela mexicana” e ela…

Rebenta!!! Rebenta e tenta controlar-se mas vê o marido a olhar para o vazio em profundo silêncio e pergunta:

- “Estás a pensar em quê?”

- “Nada.”

- “Nada? Como nada?”

- “Não estava a pensar em nada.”

- “Isso não é possível!”

E pronto “rebentou a bolha” porque o cabo “pensar em nada” não existe! É impossível não pensar em nada.

E o curto-circuito está quase a rebentar o sistema… Mas ela acalma-se e tenta pensar em nada. E quando dá por ela está a pensar numa parede de tijolos… Irrita-se porque uma parede de tijolos é alguma coisa! Nada! Como nada?!?

O homem está incrédulo com tamanha confusão e tenta compreender… Abre a gaveta “Tensão Pré-Menstrual”, analisa os sintomas e percebe que desta vez não é isso. Fecha essa gaveta e abre a gaveta “mas que raio se passa com ela?” passando rapidamente para a gaveta “o emaranhado de cabos” e tudo passa a fazer sentido.

Tenta acalmá-la e explicar-lhe que devia tentar usar gavetas. Por momentos ela desliga os cabos e sorri carinhosamente, mas rapidamente os volta a ligar e pergunta “achas que tenho mau feitio? Que complico?”

Ele volta ao silêncio da sua gaveta do "nada" e ela respira fundo enquanto novos cabos reiniciam o sistema...